Noite de abertura da mostra reúne amantes das artes-plásticas no Museu Nacional da República
Sonia Dias Souza
Na última quinta-feira (21) aconteceu o vernissage da exposição “Da Terra que Somos”, da artista Sonia Dias Souza, reunindo convidados do eixo Brasília-São Paulo. A mostra que convida à uma reflexão sobre a transformação da natureza, a relação do homem com ela e o seu lugar no Universo está aberta para visitação gratuita até o dia 17 de fevereiro de 2025.
Artista apaixonada pela essência da vida, Sonia desenvolveu um olhar crítico alimentado por leituras cruzadas entre ciências como a Física, a Biologia, com destaque à Botânica, e mitos cosmogônicos extraídos da História das Religiões e de visões do sagrado. Ela acredita que ao abordar questões fundamentais como criação, ciclos de vida e regeneração, o espectador venha a fazer uma reflexão sobre a qualidade de sua relação com o todo.
A arquitetura intrincada das peças de Sonia, aliada as suas materialidades enfáticas, abrange uma vasta gama de formas simbólicas e outras aparentadas com organismos biológicos. Suas obras, frequentemente puxadas para o marrom vivo, sangrado, e para o azul profundo, semelhante ao azul do artista francês Yves Klein, com o qual ele pretendia juntar-se ao infinito do céu, exploram ciclos, interseções, atentam para a complexidade de tudo que existe.
Entre as obras expostas está “O sangue não tem cor”, composta por pequenas esferas de feltro, semelhantes a hemácias cujo ciclo de crescimento é interrompido ela alerta para a expansão vertiginosa por descontrolada do antropoceno, ao mesmo tempo em que conduz a questões centrais na discussão contemporânea sobre identidade, alteridade, raça e etnia.
“Vórtice”, por sua vez, utiliza círculos de terra para formar o triângulo invertido, forma feminina arquetípica, um útero a simbolizar fecundidade e transformação. Já o quadro “Magna” reúne mais de uma centena de seios de argila negra – símbolos da nutrição e da criação, conectados a ovos vermelhos – expressão plena e proliferante do início da vida.
Com curadoria e texto crítico de Agnaldo Farias, a exposição pretende, de fato, convocar a sociedade para discutir urgentemente sobre a sobrevivência da espécie humana e do planeta em um momento em que as crises climáticas se intensificam gerando medo e insegurança. Claro que você não vai perder a oportunidade de sair #PERAMBULANDO para conferir de pertinho essa poderosa mensagem no Museu Nacional da República. Não é mesmo?
Aproveite para conferir quem prestigiou o evento pelas lentes de Breno Esaki: