O Gesto de Mokdissi na CAIXA Cultural

Exposição de pinturas de Rosana Mokdissi marca a reabertura do centro cultural que habita o coração do Plano Piloto

Na última terça-feira, 3 de setembro, a CAIXA Cultural Brasília reabriu suas portas ao público após três meses de reformas, inaugurando a mostra “Rosana Mokdissi – O Gesto como Ponto de Partida“, com curadoria de Agnaldo Farias. O evento contou com a presença de amigos, artistas e curadores. Antes do início da visitação, a gerente da CAIXA Cultural Brasília, Luana do Prado, deu as boas-vindas ao público, celebrando a reabertura do espaço cultural. Em seguida, o curador e a artista também disseram algumas palavras a todos antes de partirem para uma visita mediada pela exposição.

A mostra apresenta um recorte significativo da produção de Rosana Mokdissi entre 2020 e 2023, com 34 obras que investigam o gestual da pintura e sua materialização sobre a tela. Essas obras exploram dois momentos distintos da carreira da artista: o primeiro, de 2020 a 2021, marcado pelo auge da pandemia e do isolamento social, e o segundo, de 2022 a 2023, que revela uma intensificação do gesto na pintura.

Agnaldo Farias e Rosana Mokdissi

De 2020, durante o confinamento pandêmico, surgem obras que o curador Agnaldo Farias compara a grandes palimpsestos — antigos pergaminhos reaproveitados após terem seus textos raspados. Um exemplo é uma lona pintada de dourado, com tarjas escuras feitas de spray, sugerindo a existência de um texto ocultado pela tinta. Segundo o curador, “essas pinturas reforçam a ideia de que a história da humanidade se constrói a partir de escombros, sobre resíduos materiais e imateriais de tempos e espaços amalgamados”. Uma dessas peças, com mais de um metro e meio de altura e quatro de largura, destaca-se na exposição.

Outra obra dessa série apresenta a palavra “give up” (desista, em inglês) repetidamente sobre um fundo marrom, preto e cinza. A desistência é afirmada pela repetição do gesto, uma espécie de defesa da inação. Essa obra tem quase dois metros de altura e largura.

Entre 2021 e 2022, a artista passa a explorar novas escolhas. Em uma das obras, utilizando várias texturas de grafite, Mokdissi traça linhas retas e circulares sobre um fundo branco sujo, inserindo uma linha grossa e vermelha na diagonal. Nessa fase, o gesto da pintura se torna mais efusivo e a tinta, de textura líquida, é arremessada contra a tela, criando riscos que se cruzam dentro e fora do espaço sem cor, preservando a intensidade dos arremessos.

As obras produzidas em 2022 trazem mais cores e um certo ar primaveril. Formas circulares lado a lado evocam árvores cheias de flores, enquanto múltiplos círculos se acumulam, interpenetram-se e disputam espaço entre ramos pretos, semelhantes a raízes expressivas e nervosas, produzidas por spray.

Com entrada gratuita, a exposição estará em cartaz na CAIXA Cultural até 3 de novembro, na Galeria Vitrine. Não perca a chance de ir #PERAMBULANDO até lá para conhecer um pouco da trajetória de 20 anos de Mokdissi pelo mundo das artes. Em tempo, vivendo e trabalhando em Brasília, ela aprimorou seu talento na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, tendo estudado, inclusive, com o pintor Sérgio Fingermann, além de já ter participado de workshops com Charles Watson. 

Agora veja mais alguns clicks de quem prestigiou a noite de abertura da exposição pelas lentes deste colunista:

Elisa Mattos e Luana do Prado
Luiza Vaz e Claudia Meireles
Admilson Pires, Grace Mokdissi e Samir Mokdissi, Elias Mokdissi
Alessandra e Taís Pinheiro
Ana Maria, Daniela e Chris Giacomet
Bruno Ebo e Eduardo Sanz
Christus Nóbrega e Gero Tavares
Mariana Trigueiro e Gabriel Nakanishi
Osvaldo Gaia, Sanagê e Agnaldo Farias
Pedro Gandra
Rosa Maranini e Orestes Blanco
Uolli Briotto e Ana Mathias

 

Partiu?

Rosana Mokdissi – O Gesto como Ponto de Partida” / CAIXA Cultural Brasília – SBS Quadra 4, Lotes 3 e 4 / terça a domingo, das 9h às 21h / Grátis / Siga no Insta @caixaculturalbrasilia e art_by_rosanamokdissi

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