Studio Drift une natureza e tecnologia em obras de arte

A exposição Vida em Coisas reúne criações incríveis que despertam reflexões sobre a relação da humanidade com a natureza, por meio de esculturas e instalações hipnóticas

Usando a luz como um dos pilares de sua arte, Lonneke Gordijn e Ralph Nauta, junto às suas equipes em Amsterdã e Nova York, exploram as relações dos seres humanos com a natureza e a tecnologia de forma simples e ao mesmo tempo profunda. As obras que tocam em aspectos essenciais da vida na Terra estão presentes na mostra Studio Drift – Vida em Coisas, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, com visitação gratuita, até 24 de janeiro.

Lonneke Gordijn e Ralph Nauta, criaram DRIFT em 2007, na Holanda. Atualmente, comandam uma equipe multidisciplinar de 64 pessoas, nos estúdios em Amsterdã e Nova York. Os artistas se tornaram mundialmente conhecidos pela criação de esculturas, instalações e performances que colocam pessoas, ambiente e natureza na mesma frequência. Suas obras sugerem ao público uma reconexão com o planeta. Alfons Hug, curador da mostra ao lado de Marcello Dantas, explica que ao escolher a luz como elemento central de suas composições artísticas, DRIFT “nos faz pensar no mundo de hoje, mas também em nossas origens, pois esta luz vem de longe e contém um vislumbre do passado remoto”.

Lonneke Gordijn e Ralph Nauta

Ocupando o Pavilhão de Vidro, as galerias 1, 2 e 5, Studio Drift – Vida em Coisas tem entre seus destaques a obra Fragile Future (foto de capa), que procura fundir natureza e tecnologia em uma escultura multidisciplinar de luz, que traz uma visão utópica e crítica do futuro do nosso planeta, em que duas formas de evolução aparentemente opostas realizam um pacto de sobrevivência. Circuitos elétricos tridimensionais, de bronze, ficam conectados a sementes da planta dente-de-leão, que emitem luzes. Trata-se de uma peça com forma potencialmente infinita, que pode crescer ou encolher, dependendo do espaço que ocupa. Para a construção, a dupla recorreu a sementes que, uma a uma, receberam luzes de LED, num processo artesanal que resiste aos métodos de produção em massa e à cultura do descarte. A instalação está presente na Galeria 1.

Skylight

Entre as obras que mais chamam a atenção está a escultura hipnótica Shylight (algo como “luz tímida”, se traduzido para o português – exposta no Pavilhão de Vidro) reproduz o comportamento das flores que, durante a noite, se fecham, numa medida de proteção e de economia de recursos. Fusca Volkswagen, Jogo Game Boy, Lápis, Cabo Elétrico, Bicicleta, Pandeiro e Havaianas, que foram criadas especialmente para a mostra brasileira, assim como Banquete, merecem sua atenção pois são fruto da parceria de DRIFT com os designers brasileiros do Estúdio Campana, Humberto e Fernando Campana.

Se grande parte dos objetos feitos pelos homens tendem a ter uma forma fixa, o projeto do DRIFT, neste caso, é recuperar a ideia de que, na natureza, tudo está em constante metamorfose e adaptação. Assim, os objetos animados ganham a força de expressar, caráter e emoção. Para o curador Marcello Dantas existe uma racionalidade por trás das obras do DRIFT, que é a possibilidade da natureza e da tecnologia viverem em harmonia. “Seja pelo mundo biônico, seja pelo conceito de animismo, em que todas as coisas – animais, fenômenos naturais e objetos inanimados – possuem um espírito que os conecta uns aos outros”.

Banquete

Em tempo, a mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset Management e tem ingressos gratuitos, disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB Brasília.

Bora lá?

 

Studio Drift – Vida em Coisas / Centro Cultural Banco do Brasil Brasília / até 21 de janeiro de 2024 – terça-feira a domingo, das 09h às 21h / Classificação indicativa: livre / Entrada gratuita / Ingressos em www.bb.com.br/cultura e na bilheteria local

 

Fotos: Divulgação
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