Em exposição inédita, a artista visual Helena Lopes apresenta sua mais recente produção que reúne imagens digitais, impressões em fine art, vídeo projeção e textos, em um desdobramento de sua pesquisa sobre os processos de gravura e impressão.
Anote na agenda: 21 de setembro, a partir das 19h, o Museu Nacional da República inaugura a mostra “Do chão para o chão”, de Helena Lopes com curadoria de Renata Azambuja e expografia de Gero Tavares. Na abertura, artista e curadora participam de uma roda de conversa e conduzem o público a uma visita à exposição e contará com tradução em Libras. Em exibição até o dia 19 de novembro, na Galeria 2 do Museu, a visitação é de terça a domingo, das 9h às 18h30. A mostra é realizada com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultural do Distrito Federal (FAC-DF).
A exposição deriva de questões relacionadas à viagem que Helena fez em uma reflexão sobre as suas raízes, a sua ancestralidade, sobre colocar-se no lugar do outro. Em visita a Auschwitz, em 2019, ela imaginou como deveria ter sido a vida naquelas condições. Chão craquelado, com fendas, com diversas colorações. Identificou personagens e imaginou histórias, estabeleceu paralelos com a história de sua família, que migrou para o Brasil ainda na primeira metade do século 20.
Ao retornar para o Brasil e para o seu ateliê, Helena começou a ver as imagens que produziu durante a viagem. Passou a transformá-las, manipulando-as com o Photoshop. Foi alterando a experiência original e reinventando as imagens, que se conectaram com os escritos relacionados às suas visões sobre o que viu e sentiu. “Só fui entender o circuito que fiz quando cheguei em casa. Surgiram os personagens mentais que se tornaram meus guias, aos quais depois dei nomes. Trabalhei os personagens mentalmente como se eu fosse uma arqueóloga que descobriu o objeto e cautelosamente vai retirando a Terra que está ao redor”, explica.
“Em ‘Do chão para o chão’, Helena Lopes reúne realidade e ficção”, afirma a curadora Renata Azambuja. “Com dois tipos de narrativas, a visual de fotografias e vídeo e a dos textos manuscritos tirados de anotações de viagem, a artista imagina e inventa as histórias sobre a família dela e inventa as imagens a partir das fotografias do chão que fotografou”, continua. Desde os anos 1970, Helena Lopes trabalha com a gravura em metal como seu meio e o papel como suporte. Nos últimos anos, ela tem explorado novas modalidades de trabalhar a imagem pela impressão. “Helena é uma artista visual que se apropria da mídia digital, do uso do computador como suporte para transformar o seu frame na imagem final”, afirma Azambuja.
Programação
Durante o período da mostra, serão realizadas rodas de conversa com artistas e curadores que se relacionam com a produção de Helena Lopes. No dia 21 de setembro, na abertura da mostra, Helena Lopes e Renata Azambuja realizam uma conversa seguida de uma visita à mostra. No dia 7 de outubro, a conversa acontece com Ralph Gehre, seguido de Sérgio Fingermann, 20 de outubro, e Christus Nóbrega, em 11 de novembro de 2023. Com entrada gratuita, todas a rodas de conversa terão tradução em Libras. A programação da mostra estará disponível no instagram @helenalopes, @atelierhelenalopes e @museunacionaldarepublica.
Foto: Divulgação