Na Galeria Risofloras, no coração da Ceilândia, acontece o ato final do lançamento do foto-livro-obra do fotógrafo que traduziu seus cliques em tese de pós-graduação e livro conceito.
“Babado forte” é uma locução interjetiva que expressa um tipo de surpresa ou ainda uma coisa extraordinária que você viu, viveu ou soube e, geralmente, quer muito contar para alguém. E nada descreve melhor como foi a Festa Pérola, que aconteceu na última sexta-feira (19), na Galeria Risofloras, na Ceilândia. O evento fez parte da programação de lançamento do foto-livro-obra homônimo de Pedro Lacerda. Com a discotecagem do próprio autor e dos DJs Gabi Buzzi, Conceitinho e Gu da Cei, esse foi o terceiro e último evento de lançamento do livro, que investiga os processos de produção artística tendo a fotografia como campo de pesquisa.
A turnê de lançamento teve início na n’A Pilastra Escola Galeria (Guará II) e seguiu para o Pé Vermelho – Espaço Contemporâneo (Planaltina). Durante a festa, a distribuição da publicação foi gratuita e superlimitada aos presentes. A Galeria Risofloras fica no Setor M EQNM 18/20 – Ceilândia. O projeto “Pérola” é realizado com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF).

Pérola parte da atuação do autor como fotógrafo da cena noturna LGBTQIA+ de Brasília para refletir sobre procedimentos e metodologias de criação artística. Em diálogo com teóricos, artistas e relatos pessoais, o texto constrói uma trama de experiências que culminam em obras desenvolvidas em fotografia, vídeo e instalação.
A publicação deriva da dissertação “pérola – poéticas em processos fotográficos”, desenvolvida por Lacerda no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília (UnB), na linha de pesquisa Poéticas Transversais (2017–2019), sob orientação do Prof. Dr. Vicente Martinez Barrios, com bolsa CAPES.
Sobre a Festa Pérola
Pérola é uma festa retrofuturista de música pop, produzida por Daniel Spot, Gabriella Buzzi e Pedro Lacerda. O retrofuturismo é uma tendência que materializa influências de representações do futuro produzidas antes de 1990, caracterizando-se pela mistura de estilos retrô com tecnologia futurística. Pode ser compreendido tanto como “o futuro visto a partir do passado” quanto como “o passado visto a partir do futuro”.
A jornada musical tem início com synthpop e eletropop, estilos clássicos ligados ao retrofuturismo, e se estende por summer eletrohits e dance music nostálgica, composta por clássicos das pistas do início ao final dos anos 2000. Criada em 2019, a festa conta com sete edições realizadas em diferentes espaços da cidade, como o Espaço Galleria, Infinu, Mimo Bar e o Mezanino da Torre de TV, entre outros.
Dito tudo isso, eu recomendo fortemente que você siga os perfis mencionados aqui, sobretudo o da Gabi Buzzi e do Conceitinho que, na minha humilde opinião de notívago inveterado das décadas de 1980 a 2010, são donos de setlist e presença de palco incríveis. Inclusive, para quem estiver curioso como foi o evento (já que não trago fotos do mesmo por aqui), clique neste link! Arrisco a dizer que vai rolar o mix de sensações tipo “poxa, queria ter ido também”, “típica festa que devia ter explodido de gente” e “vou ficar ligado no @perola.haus” para não perder a próxima edição”.

Sobre o artista
Pedro Lacerda (1992) é artista visual, fotógrafo e pesquisador. Doutorando em Artes Visuais – Processos e Procedimentos Artísticos pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da UNESP, é mestre em Arte Contemporânea pela UnB (2019). Possui graduações em Artes Visuais pela UnB (2016) e Comunicação Social pelo UniCEUB (2014). Há mais de dez anos participa de exposições, grupos de pesquisas e cursos livres nas áreas de artes visuais e fotografia, entre eles Fotografia Avançada na escola MADPhoto em Madrid/ES (2015). Entre 2018 e 2019 foi professor convidado no Espaço f/508 de Cultura em Brasília, recebeu menção honrosa pela participação na Bienal das Artes do SESC-DF e realizou sua primeira exposição individual. Em 2021 foi professor do Laboratório de Fotografia no espaço de arte A Pilastra (DF) e entre 2022 e 2024 foi artista representado pela Galeria Index (DF). Desde 2014 trabalha como fotógrafo e produtor na cena noturna de eventos LGBTQIA+ pelo coletivo de fotografia Shake it. Em sua pesquisa prático-teórica explora questões relacionadas à fotografia e ao campo da imagem, desenvolvendo trabalhos que discutem assuntos como identidade, tempo e espaço. Produz em fotografia, vídeo e instalação, articulando ideias em torno de espaço expositivo, suportes e mídias. De Brasília, vive e trabalha em São Paulo.

Babado forte!
Pérola, poéticas em processos fotográficos – Foto-livro-obra de Pedro Lacerda / Unidades limitadas podem ser comprada com @pdrlcrd
Fotos: Divulgação



