O Festival Vulica Brasil é o primeiro grande evento internacional de arte urbana de Brasília com murais, oficinas e ações sociais, por artistas da cidade, do Brasil e do mundo.
Atenção amantes da street art, o Festival Vulica Brasil está rolando até o dia 24 de agosto na capital federal. Este é o primeiro grande festival internacional de arte urbana a ocupar Brasília, transformando o espaço público em galeria viva. Aprovado na Seleção Petrobras Cultural com recursos da Lei Rouanet, o projeto reúne artistas locais, de outras cidades do países e internacionais; promovendo ações ambientais (práticas sustentáveis, cuidado especial com resíduos, reaproveitamento das latas, etc.) e sociais. O evento deste ano marca a estreia brasiliense desse formato de festival, nas ruas, após cinco edições em Minsk (Belarus), entre 2014 e 2019, quando região abandonada foi transformada em referência cultural, apelidada de “Rua Brasil”.
Desse modo, a 6ª edição do Festival Vulica prestará tributo à capital modernista, cuja arquitetura singular e energia cultural tornam-se a base ideal para a arte pública. As intervenções previstas concentram-se no Conic, ícone simbólico da cultura brasiliense, e avançam pelo Setor Comercial Sul (SCS), fortalecendo o eixo cultural emergente no centro de Brasília, em parceria com o SESI LAB, elemento essencial na efervescência artística daquela área, nos últimos anos.
“Fazer arte urbana é desafiador. Toda cidade apresenta desafios próprios, derivados de sua história, cena artística, arquitetura, e abertura do governo local a colaborações. Em Brasília, Patrimônio Arquitetônico da Humanidade pela UNESCO, os obstáculos existem e não são poucos, mas conseguimos conquistar nosso espaço”, afirma Danilo Costa, fundador do Vulica. A metodologia de atuação baseia-se no diálogo com os moradores e frequentadores das áreas selecionadas, articulação com administradores de edifícios, gestores públicos e artistas.
Nascido do muralismo, o Vulica traz dois nomes com história nos festivais em Belarus: L7Matrix (SP) e Zéh Palito (SP). O line-up reúne a maior presença feminina da história do evento, na mesma edição, com Jumu (Alemanha/Peru), Ledania (Colômbia), Rowan Bathurst (EUA), Hanna Lucatelli e Juliana Lama (Brasil). Completam a seleção curatorial o coletivo Bicicleta Sem Freio (Goiânia), Toys Daniel (Brasília), Enivo (SP) e Rafael Sliks (SP), nomes consagrados da cena urbana nacional e internacional.
“A inovação é constante na proposta artística do Vulica – desafiamos a criatividade dos artistas, com obras e linguagens inéditas; ‘trasladamos’ artistas da galeria ao ambiente externo; respeitamos o entorno e as questões sociais dos locais escolhidos. O público poderá conferir, ao longo do festival, como o Vulica promove a arte inovadora e energiza as comunidades frequentadoras das felizardas locações eleitas, respeitando o belo patrimônio arquitetônico e cultural de Brasília”, completa o fundador do festival.
O festival será divulgado nas redes sociais, com produção de conteúdo do Instagrafite (INGF). O público poderá participar gratuitamente de oficinas, rodas de conversa, walking tours, live paintings e do grande encerramento, no SESI Lab, em 24 de agosto – para mais detalhes, siga nossas plataformas.
Conheça mais o Vulica
“Vulica” quer dizer “Rua” em belarusso, daí o nome “Vulica Brasil” (“Rua Brasil”). O festival nasceu do desejo de valorizar a arte urbana brasileira e promover intercâmbios culturais. Tudo começou na Rua Oktyabrskaya/Kastrychnitskaya, em um antigo bairro industrial de Minsk. Ao longo dos festivais, o Vulica gerou mais de 50 intervenções urbanas: murais, esculturas, instalações, pinturas em bondes, vagões de metrô, chaminés de fábricas, ações de urbanismo tático, ambientais e sociais. O projeto busca levar ao mundo a face contemporânea do Brasil, por meio da arte pública, acessível a todos, produzida por artistas de diversas origens, etnias, gêneros e tribos.
Obras como o mural d’OsGemeos, na Embaixada do Brasil em Minsk, e o trabalho de Ramon Martins, o maior mural do mundo na temporada 2016-2017, impulsionaram e consolidaram o festival. Ao longo das edições, ele colaborou estreitamente com organizações da sociedade civil locais, inclusive ONGs socioeducativas e até mesmo o PNUD, das Nações Unidas. O poder público, reticente no início, ao observar os muitos benefícios socioculturais da iniciativa, passou a apoiar o Vulica, oferecendo suporte institucional e logístico.

Inédito no Brasil, o festival é mais do que evento: é movimento. Fundado em 2021, o Instituto de Arte e Sustentabilidade Vulica Brasil (iVB), iniciado como festival em Belarus em 2014, finca bandeira em Brasília, ampliando suas atividades locais. Em 2022, realizou o projeto Acorda, Conic!, com oficinas de urbanismo tático voltadas para a requalificação do local para o público.
Em 2024, realizou a exposição Natureza Urbana, no CCBB, com a criação de obras “site specific” ao longo da programação – após a conclusão da exposição, a obra escultural de grandes proporções da dupla ECHO, que por algumas semanas abraçou o edifício-sede do CCBB (foto abaixo), de autoria de Oscar Niemeyer, foi doada ao acervo do Jardim Botânico, onde se encontra até hoje.
Após dois meses de exposição, as esculturas de bambu e os bancos de taipa da artista e designer Nina Coimbra foram doados ao Jardim Botânico de Brasília. Os painéis de madeira do artista Thiago Toes, da mesma exposição, foram doados ao Assentamento Dorothy Stang, em Sobradinho-DF, para decorar a área comunitária e alegrar o cotidiano de mais de 700 famílias.
Saiba mais e participe do evento seguindo @vulicabrasil!