Marco Nanini em Traidor na CAIXA Cultural

Escrito e dirigido por Gerald Thomas, especialmente para o ator, a obra transita entre a tragédia e o humor, o otimismo e o pessimismo

Há 19 anos, estreava ‘Um Circo de Rins e Fígados’, montagem que reuniu pela primeira vez os talentos de Marco Nanini e Gerald Thomas. O trabalho rendeu uma bem-sucedida trajetória, com direito aos principais prêmios da época e diversas temporadas. Quase duas décadas depois, o encontro desses dois ícones do teatro brasileiro resultou em mais um espetáculo: ‘TRAIDOR’, que estreou em São Paulo com uma temporada de lotação máxima, feito que se repetiu em toda a turnê. Após todo esse imenso sucesso, TRAIDOR vem a Brasília para temporada de 10 sessões no Teatro da CAIXA Cultural, entre 3 e 13 de abril. Produzido por Fernando Libonati, o trabalho foi criado ao longo de 2023, a partir de uma intensa troca de mensagens entre o trio Nanini, Gerald e Libonati.

Entre as estreias de ‘Um Circo de Rins e Fígados’ e ‘TRAIDOR’, o mundo sofreu transformações irreversíveis, como o trauma pós-pandêmico, a incontornável revolução digital, com o virtual substituindo o mundo real, e a ruptura democrática sofrida em diversas escalas mundo afora. O texto da atual peça foi criado sob influência deste caldeirão contemporâneo, no estilo que consagrou Gerald Thomas.

E o ponto de partida foi justamente o espetáculo anterior, que é retomado em algumas cenas, ainda que todo o mote agora seja outro. Desta vez, Nanini está isolado em uma ilha, é acusado de algo que ele não cometeu e dialoga com a própria consciência, com seus fantasmas e suas reflexões sobre o passado, o presente e o futuro, materializadas no elenco formado por Hugo Lobo, Ricardo Oliveira, Romulo Weber e Wallace Lau.

É como se toda a ação se passasse dentro de sua cabeça: ‘Se houvesse um cruzamento entre Kafka e Shakespeare, então esse seria ‘TRAIDOR’, uma espécie de híbrido entre o Joseph K, de ‘O Processo’, e Próspero, de ‘A Tempestade’, cuja mente renascentista olha para o futuro da civilização, perdoa seus detratores e os absolve’, resume o diretor. A montagem traz a concepção visual do próprio Gerald Thomas, com figurinos de Antonio Guedes, iluminação de Wagner Pinto e a cenografia de Fernando Passetti. ‘TRAIDOR’ marca ainda a volta de Nanini ao teatro, depois da pandemia e um período em que emendou trabalhos no audiovisual.

Reconhecido pela meticulosa construção de cada personagem e o apreço pelos ensaios, Nanini reconhece que o teatro segue sendo um oxigênio vital e indispensável, o que é reiterado por Gerald: “Nanini é o ator mais intenso que conheço. Digo isso como diretor, mas também como autor. Como eu dirijo em pé, a um metro de distância dele, ouço cada respiração. Chego no hotel e continuo ouvindo a sua voz. Volto a ler o texto, faço a revisão e a voz. A voz do Nanini. Lá está, a voz. Cada respiração dele. Que prazer é, mesmo que só de 18 em 18 anos, escrever pra ele e dirigi-lo, ter Marco Nanini pela frente é tudo”, celebra o diretor.

Vamos ao teatro?

Traidor com Marco Nanini / CAIXA Cultural Brasília – SBS Quadra 4 Lotes 3/4 / 3 a 13 de abril de 2025 – quintas e sextas – 20h, sábados – 17h e 20h, domingos – 19h / Sessões de sexta-feira, 4 e 11/4 – tradução em Libras / R$ 15 (meia para clientes CAIXA e casos previstos em lei) / Compre no site da CAIXA Cultural ou na Bilheteria https://bilheteriacultural.com.br/ / 55 minutos / 16 anos / Siga @caixaculturalbrasilia

Fotos: Divulgação

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