Com a exposição Graffiti Rivas Vida Hip Hop, a revolucionária e contagiante cultura é patrimônio imaterial do DF
É isso mesmo, ele virou um cinquentão, porém, ninguém diz, tampouco acredita. O Hip-Hop, estilo musical que nasceu em uma festa que rolou em um apartamento no Bronx, em New York City, pelas mãos do DJ Kook Herc, no dia 11 de agosto de 1973, é hoje o segundo ritmo mais ouvido no Spotify em todo o mundo. Nada para um som que nasceu marginal. Só para se ter uma ideia, o Brasil é o terceiro país na lista dos que mais consomem o gênero, e claro, a cena em Brasília é efervescente.
E para quem quiser se aventurar, conhecer e fazer descobertas sobre a força dessa cultura em terras candangas – que ultrapassou as barreiras musicais, se transformando em um verdadeiro estilo de vida, ela está muito bem representada na exposição Grafitti Rivas Vida Hip Hop, cujo vernissage ocorreu na última sexta-feira (11), no dia do B’Day do Hip-Hop, ocasião quando também foi lançado o minidocumentário biográfico do artista, lá na Biblioteca Nacional de Brasília.
Fazendo um justo resgate histórico para quem não o conhece, Rivas – que já foi conhecido como Kabala, é um artista multimídia detentor de inúmeros prêmios, ícone da cultura Hip Hop, onde atua indissociavelmente na maioria de seus segmentos, principalmente no grafitti. B.Boy e dançarino, ele foi fundador e influenciador de diversos grupos e equipes (crews) de Brake Dance; além de atuar também como Rapper/MC de reconhecimento nacional. Foi ele quem fundou o Encontro de B.Boys e B.Girls BSB-DF e Entorno, evento fixo no calendário cultural de Brasília há mais de 30 anos.
Um parêntese… seu irmão foi o DJ Jamaika dono do hit Tô Só Observando, que chamou a atenção de toda a indústria fonográfica nacional. Ele que já participou do aclamado grupo Câmbio Negro, fundou com Rivas o grupo de rap Álibi, que contava com o apoio de Rei, do Cirurgia Moral. Infelizmente, o artista morreu aos 55 anos no último mês de março, depois de lutar muito tempo contra um câncer na coluna.
Inclusive, é nítida a homenagem de Rivas a Jamaika na exposição em cartaz na Biblioteca Nacional, que reúne um acervo de 31 telas inéditas, peças de vestuário, jaquetas, bonés, camisetas, tênis, moletons e coletes, e ainda uma coleção com o nome da mostra com 50 camisetas.
Produtor e arte-educador, Rivas, dedica parte da programação do evento à oficinas de graffiti para crianças e suas famílias no Espaço Kids/Geek (2º andar da Biblioteca), nos dias 09, 16 e 30 de setembro, das 9h às 11h. Também estão previstas visitas guiadas com seis escolas públicas em Brasília, onde irão rolar oficinas de rap. O mais legal é que toda essa programação vem de encontro à lei nº 7274/2023 de autoria do Deputado Distrital Max Maciel, que foi aprovada pelo IPHAN e pelo Governador Ibanês Rocha, tornando o Hip Hop Patrimônio Cultural e Imaterial no Distrito Federal.
“Esse movimento representa milhares de jovens periféricos. Vale lembrar que já temos o Break como esporte olímpico e a arte do Grafitti reconhecida internacionalmente. Estamos preparando um inventário do Hip-Hop no DF. Além disso, vale ressaltar que esse movimento salva vidas nas periferias desse país”, destaca Max Maciel.
Coerente, com mais de 35 anos de carreira e absolutamente engajado, Rivas é um formador de opiniões que incentivou a milhares de jovens e cidadãos a expressarem suas realidades de vida através da cultura Hip-Hop. Um nome que você não pode deixar de conhecer. Visite e exposição e confira abaixo mais cliques feitos por este colunista na abertura de Grafitti Rivas Vida Hip Hop:
Serviço:
Exposição Grafitti Rivas Hip Hop
Onde: Biblioteca Nacional de Brasília (Complexo Cultural, Esplanada dos Ministérios)
Quando: 12/08 a 12/10, de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h; sábado das 9h às 14h
Classificação Livre
Mais informações: 3325-6257 / @rivas.artesvisuais