Costuras da moda carioca no ID:Rio

Almir França e outros estilistas apresentam criações que unem inovação, memória e reaproveitamento no Rio

O ID:Rio Festival 2025 transformou Petrópolis e Niterói em palcos para a moda consciente e autoral durante o mês de abril. Com uma programação voltada para a valorização da diversidade, da sustentabilidade e do empreendedorismo local, os desfiles foram o grande destaque do evento, reunindo estilistas consagrados e novos talentos em apresentações que refletiram o espírito criativo do festival. Em cada cidade, as passarelas ao ar livre e os espaços culturais se tornaram vitrines de inovação e identidade.

Durante todos os dias de programação, o festival recebeu mais de 20 marcas e designers em desfiles autorais e colaborativos, shows nacionais, ações de upcycling e feiras criativas. Em Petrópolis, as atividades se concentraram no Palácio de Cristal, enquanto em Niterói, a Praia de Icaraí e o Clube Central foram os principais palcos. Entre os destaques, shows de Vitor Kley, Maneva e Gabriel o Pensador, além de DJs como Felipe Roale, Nicole Nandes e Negralha, que animaram o público com suas performances.

Gabriel o Pensador fez show com hits da carreira e muita poesia das ruas

Em Petrópolis, o tradicional Palácio de Cristal  recebeu os desfiles com marcas da região, evidenciando o vigor do polo de confecção local. Peças com tecidos reciclados, cortes contemporâneos e detalhes artesanais desfilaram sob os aplausos de um público atento às tendências com propósito. A estética da cidade influenciou as coleções, que mesclaram o clássico e o moderno em propostas que dialogavam com a história e a renovação.

Palácio de Cristal, foi palco para os desfiles de Petrópolis

Em Niterói, o desfile do estilista Almir França foi um dos momentos mais impactantes do festival. Apresentada como “Coleção Energia”, a coleção teve como eixo central o upcycling — a transformação criativa de peças antigas em novas roupas com design contemporâneo. A passarela serviu de cenário ideal para as criações, que misturaram alfaiataria desconstruída, cores vibrantes e tecidos reaproveitados em composições ousadas. A proposta estética de Almir França não apenas encantou visualmente, mas também lançou uma reflexão sobre os excessos da indústria têxtil e o potencial transformador da moda sustentável.

“Sobrevivendo a partir de subculturas e crenças,  mas acima  de tudo interferindo na vida urbana e contribuindo no processo de modernidade,  dando continuidade aos resíduos Enel, reedito peças da última coleção e reaproveito muito dos resíduos deixados durante o ano das oficinas. Pensando nessas mulheres fortes e resistente vou de Carmem de Maria Callas, ciganas, pontas giras, Damas, Dames,  travestis. Tudo pautado numa cartela do vermelho , preto e cinza,  um pouco de laranja e rosa. As vezes tudo isso parecendo um grande baile”, contou o estilista.

O festival também apresentou desfiles com foco em inclusão e protagonismo feminino, como foram as coleções da OCA, Kopsch Brand, CCM, Projeto Bolha e iniciativas colaborativas.

No conjunto, os desfiles do ID:Rio Festival 2025 não apenas vestiram corpos, mas narraram histórias, reafirmando a moda como um instrumento de expressão cultural, crítica social e inovação estética.


Fotos: Divulgação
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