#PERAMBULANDO por Brasília, a capital do samba!

Enquanto o Rock parece ter dado um tempo, o samba ganha cada vez mais espaço na cena musical da cidade, e o Buraco do Tatu é uma das comprovações desse fato

 

É isso mesmo leitores do meu coração, é inegável, não somente para este colunista que cresceu em uma Brasília 100% Rock’n Roll, mas para quem quiser olhar para as coisas como elas são. Hoje em dia, Menos é Mais vem fazendo cada vez mais sucesso que Legião Urbana entre os candangos, sobretudo junto das novas gerações. E não precisamos de pesquisa para comprovar o fato de que, a cada dia, é maior o número de shows e rodas de samba que acontecem em cada canto do Distrito Federal. Entre os espaços ocupados pelo gênero, o Birosca (no Setor de Diversões Sul, vulgo Conic) abriga um dos rolês mais disputados atualmente, o Buraco do Tatu.

Primeiro Buraco do Tatu, dia 22/08/22

O nome do projeto cultural, que vem rolando há exatos um ano e dois meses, é uma alusão direta com o túnel que liga Asa Sul e Asa Norte e que, “depois de atravessá-lo, você se depara com um mundo de cores, se transportando de um lugar para outro”, destaca Augusto Berto, que é responsável pela iniciativa. “Então, é uma brincadeira, até mesmo pela proximidade (com o Birosca), e quando você passa pelo nosso Buraco do Tatu do Samba, a pessoa é transportada também para um mundo cheio de cor, muito mais cheio de alegria, de música, uma outra dimensão” musical, completa.

Augusto Berto

Berto, que canta e toca tantan, é um dos oito artistas que fazem parte da formação fixa do grupo, e que se reúne duas vezes ao mês (em geral a cada 15 dias) numa roda de samba rodeada por uma verdadeira legião de fãs do samba. A banda se completa por Yara Alvarenga (surdo), Lene Black (percussão), Ane Êoketu (percussão), Breno Alves (pandeiro), Amilcar Parré (violão), Nelsinho Serra (cavaco) e Thanise Silva (flauta). No entanto, é de praxe a galera receber visitas ilustres que, curtindo uma folga no domingão, passam por lá e dão uma palhinha, como já foi o caso de Murica; Letícia Fialho, Marvin, entre outros.

DJ AnBar

Vale destacar ainda que, apesar do samba dominar a programação do Buraco do Tatu, ela é dividida em blocos, criando um espaço para que outras vertentes da música popular brasileira possam brilhar; seja pelas carrepetas do DJ AnBar (residente que tem um repertório forte de gafieira) ou dos itinerantes que tocam no intervalo e após o encerramento da banda. Odara Kadiegi, Paula Torelly e Tamara Maravilha já deram o ar da suas graças, assim como o DJ Umiranda, “que é um dos queridinhos do público”, segundo Augusto Berto, “apesar de termos um esquema rotativo de DJs, a mistura do funk com o samba que ele traz, sempre faz muito sucesso”, avalia.

DJ Umiranda

Inclusive, em entrevista exclusiva a este colunista, que já esteve duas vezes PERAMBULANDO lá pelo Buraco do Tatu, o produtor cultural contou que o projeto nasceu na época da pandemia, quando o isolamento, as perdas e as dores eram compartilhadas pelo mundo. “Eu ficava imaginando como seria bom estar em uma roda de samba de novo e com a galera cantando, dançando junto, e de tanto pensar, isso tudo foi se materializando na minha cabeça”, relembra. “E a ideia do Buraco é começar a semana de um jeito melhor, pois fazer um samba no domingo é bem mais legal que ficar em casa mexendo no celular ou vendo televisão, com ansiedade, pensando besteira. Este é um lugar de encontros, de encantos, para renovar energias, para que as pessoas se conheçam, façam amizades, encontrem novos amores, aonde a gente possa lembrar que a vida é muito boa”, decreta.

Então, se você ainda não conhece, acompanhe o @entrenoburacodotatu para saber, por exemplo, quando a próxima “reunião” acontece. Ah! Se liga que tem lista de cortesia, preços populares, mas vá sabendo, desde já, que ali é um lugar onde todo mundo é aceito, sem distinção, com respeito ao próximo, e principalmente à cultura do Não é não! Então, HTs, respeitem as minas!A gente sempre reforça isso, mas não deve ser só no Buraco, afinal, 2023, em qualquer evento, de qualquer ritmo, local, isso é simplesmente obrigação”, enfatiza Augusto.

Para finalizar, um enorme Vida longa ao samba em/de Brasília! E se você curtiu a leitura até aqui, não deixe de ver este post em homenagem a esse rolê imperdível… Quero ver todo mundo PERAMBULANDO por lá!

 

Fotos: Nina Quintana
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