Molière musical chega brilhando ao CCBB Brasília

Espetáculo com Matheus Nachtergaele, Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas é a primeira montagem da dramaturga mexicana Sabina Berman no Brasil 

Uma disputa bem-humorada entre a Comédia, representada por seu mais ilustre autor, Molière (vivido por Matheus Nachtergaele), e a Tragédia, personificada pelo poeta Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas), Molière chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Brasília após de quatro anos de temporadas de sucesso pelo país. As apresentações em Brasília serão de 23 de fevereiro a 12 de março, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h, e ingressos a R$ 30, a inteira. A peça tem classificação indicativa não recomendada para menores de 12 anos.

Embalada por músicas de Caetano Veloso, executadas ao vivo com arranjos originais do maestro Gilson Fukushima, a montagem integra o projeto de intercâmbio cultural da valorização da dramaturgia latino-americana, o projeto Teatro Promíscuo. A peça, que marca a estreia da obra teatral da renomada dramaturga mexicana Sabina Berman no Brasil, tem direção de Diego Fortes, ganhador do Prêmio Shell em 2017 pelo espetáculo O Grande Sucesso.

Inspirada no teatro de Molière, que fundia estilos em uma mesma obra (Commedia Dell’Arte; influências renascentistas e barrocas; humor satírico), a encenação integra linguagens diversas em uma intensa dinâmica cênica. “A fusão de linguagens de Molière e a autenticidade de suas criações nos possibilitaram misturar cores e texturas com extrema liberdade, procurando sempre uma encenação em que regras pudessem ser quebradas”, diz o diretor Diego Fortes.

Em cena, quatorze atores e músicos vão narrar o inusitado conflito entre maneiras opostas de pensar o mundo, expressas pelas famosas máscaras do teatro: uma ri malandramente de tudo e de todos e a outra mostra reverência e temor diante da dor e da morte. O embate épico entre essas duas faces da vida tem como cenário a corte real de Luis XIV, o Rei Sol (Josie Antello), na França.

Amado por todos e favorito do extravagante rei, Molière trava uma luta tragicômica com seu aprendiz Racine para manter a posição de dramaturgo mais prestigiado da corte. Enquanto isso, o Arcebispo de Paris, entusiasta da guerra, Monsenhor Péréfixe (Renato Borghi), tentará se aproveitar de um conflito em curso para banir do reino o Teatro e seus artistas, endurecer a censura e lançar a França em uma era de obscurantismo, violência e sacrifício.

É mais nobre fazer o público rir ou chorar? Os artistas devem mostrar o mundo como ele é ou como deveria ser? Por que proibir obras de arte e perseguir seus criadores? Até que ponto aqueles que criam devem submeter-se à vontade daqueles que pagam? Estas são algumas das grandes questões que permeiam o enredo do espetáculo.

O cenário de André Cortez evidencia o jogo de transições entre teatro e realidade, ao mesmo tempo em que dissipa os limites entre palco e plateia. O público, enquanto assiste a uma encenação de Molière ou de Racine, também acompanha as reações do Rei Luís XIV e do Arcebispo Péréfixe ao espetáculo. Os figurinos de Karlla Girotto brincam com a ideia irreverente de uma “França Tropical”, ou melhor, de uma delirante “Tropicália Francesa” irrompendo em plena corte absolutista do século XVII.

Paralelo ao espetáculo, Matheus Nachtergaele está no ar em ‘Cine Holliúdy (TV Globo) e entrará em cartaz com o longa ‘O Clube dos Anjos’, baseado na obra de Luis Fernando Veríssimo, com roteiro e direção de Angelo Defanti. E ainda pode ser visto no longa ‘Carro Rei’, roteiro de Sérgio OliveiraRenata Pinheiro, que também assina a direção.

Quer ir?

Molière – Uma comédia musical de Sabina Berman

No Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (SCES Trecho 2 Lt. 22 – Brasília/DF)

Temporada: de 23 de fevereiro a 12 de março, de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h. Sessão com tradução para Libras, dia 4 de março, sábado.

Ingresso pelo www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB Brasília

Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos.


Fotos: Eika Yabusame e Aloysio Araripe/Divulgação
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