Arco-Íris pela igualdade no coração de Brasília

Parada do Orgulho LGBTQIA+ reuniu cerca de 100 mil participantes em uma manifestação vibrante por inclusão e políticas públicas para a comunidade, em especial a população 60 Mais   As cores do arco-íris tomaram conta do coração da capital federal neste domingo (28), na 25ª edição da Parada do Orgulho, que reuniu milhares de pessoas em uma celebração vibrante de diversidade e inclusão. Do alto dos trio-elétricos, ouvia-se um número recorde: cerca de 100 mil pessoas no evento, que é o terceiro maior e terceiro mais antigo do país. Será? Veja este vídeo e tente fazer as contas dessa marcha que coloriu Brasília de todas as cores e que segue sendo um verdadeiro bastião na luta pelos direitos LGBTQIAPN+. Organizada pelo coletivo Brasília Orgulho, o tema da manifestação foi “60 Orgulho. Terceira idade LGBT: visibilidade, inclusão e políticas públicas“. Inclusive, vale destacar que essa foi a primeira vez no país que uma manifestação em prol da diversidade homenageou os idosos representados pela sigla. “Eles queriam a gente em casa, no armário, e a gente está na rua, ocupando espaços públicos”, disse o Deputado Distrital Fábio Felix, um dos participantes, emocionado com a magnitude do evento. O coletivo Distrito Drag aproveitou a ocasião para lançar a campanha “Existir com Direitos“. Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a garantia dos direitos da comunidade LGBTQIA+, a ação distribuiu kits com cartazes, camisetas e ecobags assinadas por Christus Nóbrega, com o apoio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ e do Ministério dos Direitos Humanos (MDH). Ruth Venceremos, uma das diretoras da instituição, destacou a importância da manifestação: “Nossos direitos são conquistas políticas e, por muitas vezes, não nos são garantidos. É por isso que precisamos gritar sempre por eles, sobretudo numa manifestação pública fundamental como a Parada”. Para quem, assim como este colunista, saiu #PERAMBULANDO com a Parada, sabe que a tarefa não foi simples. Concentrada desde às 14h, na frente do Congresso Nacional, a massa partiu às 16h pela Esplanada dos Ministérios, rumo à Torre de TV, terminando o trajeto completo no Museu da República às 22h. Além dos trios do Distrito Drag e Brasília Orgulho, mais dois se juntaram na manifestação, o Trio da Piki e dos Jovens Unidos por Direitos Iguais e Humanos (Judihbr). Ambulantes vendendo bebidas geladinhas e diversos artistas marcaram presença para dar uma força extra para a galera completar essa verdadeira maratona. Entre as atrações estiveram diversos DJs como Mike, Naomi Leakes, Multi, Hudson Vidal, Ella Nasser e Nicolas Magalhães. A festa contou com as performances de Day Mahara, Larissa West, Pérola Negra e Gabrielly Ganash, além das “cerejas do bolo”, os shows da Mulher Pepita e Lia Clark. O fato é que a 25ª Parada do Orgulho Gay de Brasília não apenas celebrou as conquistas alcançadas ao longo dos anos, mas também serviu para reforçar o compromisso da comunidade LGBTQIAPN+ em seguir firme na luta por seus direitos. A presença massiva e o entusiasmo dos participantes mostraram que a batalha por igualdade continua mais forte do que nunca e alegre como sempre, clique e assista o Reel que fiz  dessa história que ajudo a escrever, pois participo orgulhosamente desde a sua 1a edição.   30

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Opinião: Uma história “simples” que merece ser celebrada sempre

Mesmo com paradas enormes, o Dia do Orgulho Gay é celebrado de forma muito tímida no Brasil, praticamente ignorado por autoridades e comércio   A história é muito simples, em 28 de junho de 1969, um grupo de gays e drag queens se revoltou com mais uma batida policial no bar Stonewall In em New York City. Depois de um grande quebra pau, de lá para cá é celebrado o Dia do Orgulho Gay ou fazendo o upload de termos politicamente corretos, Dia do Orgulhos LGBTQIAP+. O fato é, que quando se comemorou os 50 anos dessa data, em 2019, eu estava lá, acompanhando a parada e as festividades nas ruas de Nova Iorque e também festejei a data no tão famoso bar tomando inúmeras cervejas e beijando várias bocas que beijei. Hoje, sou eu que tenho 50 anos e continuo na vibe de querer comemorar à beça. Mas acho que não aguentaria tanta cerveja assim, e os beijos, também não sei se estariam em tanta quantidade no cardápio do dia.  Isso tudo porque, não sei se vocês vão concordar comigo, mas o clima por aqui não é o mais propício para festa. Além de sermos campeões em violência contra a população gay, eu não me sinto tão valorizado aqui quanto me sentia em NYC, por exemplo, e nem durante os quatro anos em que morei em Montréal no Canadá no final da década de 2010, onde tem bandeiras e mais bandeiras para todos os lados, ações diversas, ONGs, coletivos, comércios de todos os tamanhos enfeitados, produtos personalizados, um verdadeiro Carnaval. Na verdade, já curti a data também em lugares como Inglaterra e Berlim e devo dizer, aqui, até mesmo em São Paulo, que tem uma das maiores manifestações do mundo, tudo parece ser bem tímido, além de ter de suportar o grande barulho das reclamações dos mais tradicionalistas. É fato que as autoridades fazem o mínimo possível, quando fazem, e o comércio, a galera que ganha com o pink money, putz, é um produtinho com as cores do arco-íris aqui, uma campanha chulé nas redes sociais acolá, e acabou. Eu não vi pessoalmente, mas estão circulando fotos nas redes sociais de alguns prédios do Governo Federal iluminados com as nossas cores neste ano. Amém, meu voto, minha voz acabou de ecoar! O Museu Nacional ganhou a mesma pintura de 2022, e acredito que outros pontos turísticos estejam coloridos também. Ah! Eu sei que aqui é onde também está acontecendo o Primeiro Roteiro Gastronômico do Orgulho, promovido pelo coletivo @brasiliaorgulho (de onde vieram as fotos abaixo by Igor Albuquerque), mas com apenas onze restaurantes participantes. É melhor do que se não tivesse rolando nada? É! Mas bora combinar que ainda é muito pouco na minha opinião. Assim como todo esse texto, apesar das informações levantadas, o resto todo é a minha voz. Mas, veja bem, de acordo com dados do censo dois mil e vinte e dois, que foram divulgados hoje, Brasília, o Distrito Federal, na verdade, é o 3º maior contingente populacional do país, com dois milhões e oitocentos mil habitantes. A capital federal fica atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso é muita gente! E proporcionalmente falando, é muito viado, muita lésbica, trans, queers, o abecedário todo. Gente, aqui o arco-íris é enorme! Mas já repararam como é comum, em uma data como essa, as cores que nos representam estarem quase imperceptíveis nas ruas, na vida, no nosso cotidiano, no lugar onde fazemos compras ou realizamos consultas médicas? Para mim, o problema é que muita gente por aqui, nesse país chamado Brasil, acha que política é só ir e votar a cada eleição. Esquecem que essa ciência é feita no dia a dia, com o exercício da cidadania que, resumindo bem resumidinho, é também fazer sua voz ser ouvida. E uma coisa simples que me faz perceber que não estou delirando é, quando entro em um aplicativo como o Grindr, a maior parte das fotos é de peitos ao invés de rostos. Isso quer dizer que, nem num ambiente virtual “dedicado” para os gays, as pessoas não se sentem seguras (e confortáveis) para colocar “a cara no sol”. Quem dirá andar de mãos dadas nas ruas então. E por isso mesmo, vivemos esta data desse modo, pintada aqui e acolá sim, mas quando olhamos para o todo, é quase uma pintura lavada, desbotada, em tons pastéis. E se tem uma coisa que eu aprendi em 50 anos de idade é que a minha, a sua, a nossa vida merece saturação e contraste lá nas alturas: VIVA O DIA DO ORGULHO GAY! (Vou usar gay mesmo porque sou old fashion, mas no fim, dá tudo no mesmo.)   P.s.: Faça sua voz ser ouvida na capital federal comparecendo à 24° Parada do Orgulho: domingo 9 de julho, 14h, Congresso Nacional.   Fotos: Gilberto Evangelista e Igor Albuquerque / Instagram

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