“Nebulosa de Baco” em cartaz no CCBB

Montagem da Cia. Stavis-Damaceno traz para a cidade espetáculo inédito inspirado na obra do Nobel de Literatura, Luigi Pirandello,  com Rosana Stavis e Helena de Jorge Portela   Com dramaturgia e direção de Marcos Damaceno, e atuação de Rosana Stavis e Helena de Jorge Portela, “Nebulosa de Baco” faz temporada de 5 de fevereiro a 2 de março de 2025, no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. O espetáculo, que se alterna entre o drama e a comédia, apresenta o difícil processo de duas atrizes ao interpretarem os papéis conturbados de uma filha e o seu pai; e navega sobre o conceito do que é verdade e o que é inventado, ou até onde conseguimos chegar à verdade.  A peça tem patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e as sessões acontecem de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h. Exceção para os dias 8 e 9 de fevereiro, quando as sessões são às 17h30, e no dia 15, quando não haverá sessão. “Nebulosa de Baco” é uma montagem da Cia. Stavis-Damaceno inspirada na obra do Nobel de Literatura, Luigi Pirandello, e traz à cena uma atriz que não consegue chorar. Ajudada por outra atriz mais experiente, ela se prepara para atuar em uma peça sobre a difícil relação entre uma filha e o seu pai. Uma peça dentro de outra (uma dramática, a outra cômica) em que – como é próprio dos textos de Pirandello e muito atual para o tempo presente – são constantemente embaralhadas as noções entre o que é real e o que é inventado, entre o que é verdade e o que é mentira, entre o que é e o que parece, mas não é. Em “Nebulosa de Baco” (da mesma companhia de “A Aforista“), duas mulheres, duas atrizes, estão em seu “habitat natural”, em uma sala de ensaio, e que é, nas palavras de Damaceno, “espaço fascinante de caos e criação, onde atrizes reconhecidamente fortes revelam suas fragilidades e inseguranças”. Nessa sala, elas tentam descobrir a melhor forma de interpretar ali no palco, em uma peça que se equilibra entre o riso e o choro e que, por vezes, levanta questões delicadas e difíceis de se lidar, como os traumas causados pela violência e o abuso sexual na infância. Uma peça que, como é comum nas montagens de Damaceno, chama a atenção para o contraste entre os momentos hilariantes e outros angustiantes e perturbadores. A encenação traz outras características que são próprias da Companhia Stavis-Damaceno, como o ritmo vertiginoso de pensamentos aparentemente desordenados; o apreço pela dramaturgia contemporânea que nos apresenta novos olhares acerca das relações humanas em nossos dias; e a excelência do trabalho do elenco, trazendo ao público espetáculos contundentes que impactam quase que exclusivamente pela força dos atores e das palavras. “A Aforista” – considerada pelo 18º Prêmio APTR como uma das 5 melhores montagens de 2023 nas categorias dramaturgia, espetáculo, direção, atriz, figurino e música; e que ganhou alguns dos principais prêmios do teatro brasileiro, entre eles o de Melhor Espetáculo, conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte –, é um exemplo recente dessas características. O nome “Nebulosa de Baco” tem inspiração na astronomia e na mitologia. As nebulosas são onde nascem as estrelas; entre as mais conhecidas estão a Nebulosa de Orion e a Nebulosa Olho de Gato. Já Baco, na mitologia greco-romana, não é apenas o deus do vinho e do teatro: ele representa a fertilidade criativa e a dualidade humana entre controle e entrega. É ele quem inspira a transformação do caos interno em beleza e expressão. “É para isso que nascem as atrizes, para mostrar, a cada noite, aos olhos do público, o mundo visto sob outra luz. Não a luz acachapante do sol, mas feito a delicadeza, a suavidade da luz da lua”, conclui Damaceno. Vamos ao teatro? “Nebulosa de Baco” / Teatro do CCBB Brasília / até 02 de março – quinta a sábado, 20h; Domingo, 18h / Dia 16/02 – bate-papo com o diretor e as atrizes após a sessão / R$ 15 (meia entrada) e R$ 30 (inteira) – bb.com.br/cultura ou na bilheteria física / 18 anos / Siga @ccbbbrasilia Fotos: Renato Mangolin

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Delírio em dose dupla

A espera acabou: chegou a hora de conferir Coringa: Delírio a Dois nas telonas! É isso mesmo, o vilão que todo mundo aprendeu a amar entrou em cartaz nos cinemas de todo o país a partir desta quinta-feira (03). O novo filme é estrelado por Joaquin Phoenix, mais uma vez no papel duplo de Arthur Fleck/Coringa, que deu ao ator o Oscar de Melhor Ator, ao lado de Lady Gaga (“Nasce Uma Estrela”), vencedora do Oscar de Melhor Canção Original. Em Coringa: Delírio a Dois, Arthur Fleck está institucionalizado em Arkham à espera do julgamento por seus crimes como Coringa. Enquanto luta com sua dupla identidade, ele não apenas se depara com o amor verdadeiro, como encontra a música que sempre esteve dentro de si. Dirigido e produzido pelo aclamado cineasta Todd Phillips – que divide o roteiro com Scott Silver, Delírio a dois é a tão aguardada sequência do vencedor do Oscar de 2019, Coringa, que arrecadou mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias globais e que se consagrou como o filme R-rated (menores de 17 anos devem assistir acompanhados de um adulto) de maior bilheteria de todos os tempos. E cá entre nós, na opinião deste colunista, vai ser preciso estar com muita vontade de procurar defeito na película. Inclusive, clique aqui e veja a crítica por completo publicada em @perambulandocomogiba. Att.: Coringa: Delírio a Dois também em versões acessíveis. Para mais informações, consulte o cinema de sua cidade. 

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Oppenheimer, filme para quem não gosta de conversinha no cinema

Mistura de drama com suspense dá o tom da nova obra do aclamado diretor Christopher Nolan que traz a vida do pai da bomba atômica Qual tipo de filme mais mexe com você? Para este colunista, com certeza, aqueles que mostram o lado mais escuro do ser humano. E aqui não estou falando de ficção científica, fantasia ou aventura com super-heróis e personagens de outros mundos. Estou falando do lado negro que cada um tem dentro de si e que, em determinados momentos da nossa história, se revela de modo minimamente vergonhoso, em episódios que questionamos o porquê daquilo tudo. E neste caso, estou me referindo à segunda grande guerra mundial. Taí um tema que me chama a atenção ao mesmo tempo que me emociona, onde o cinema encontra ali, uma fonte inesgotável de histórias para contar. Oppenheimer, que entra nesta quinta-feira (20) em cartaz nos cinemas brasileiros, é daqueles filmes para quem tem estômago forte. E já adianto que nenhuma morte aparece na tela. A firmeza que me refiro é relembrar um momento histórico inevitável, que mudou o mundo para sempre, com consequências catastróficas até hoje: a fabricação (e o lançamento) da bomba nuclear. Entregue a Chirstopher Nolan, criativo diretor que mistura elementos da arte cinematográfica ao formato blockbuster como ninguém, o filme traça o percurso de vida de J. Robert Oppenheimer, renomado físico que dirigiu o Projeto Manhattan e, por isso, considerado o pai do mortífero artefato. Reunindo alguns dos principais cientistas mundiais em um “acampamento” em Los Alamos (Novo México/EUA), a iniciativa envolveu algo em torno de 13 mil trabalhadores, a um custo de dois bilhões de dólares naquela época (1939 a 1945) deixando como questão (ética, vamos assim dizer), se de fato teria sido necessário lançar Little Boy e Fat Man sobre Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, matando um número próximo a 300 mil japoneses (vítimas do impacto e da radiação provocada nas duas cidades). Memória histórica resgatada, Oppenheimer é de fato um filme fantástico e, por mais perturbador que seja, na minha humilde opinião, deve ser visto sim pelo grande público. Mas, atenção, somente a galera que não fica de conversinha na sala de cinema (hábito que deveria ser repensado por quem o mantém), uma vez que a película é repleta de referências de todos os tipos; e porque a direção quase transforma esse drama em um filme de suspense, tamanha é a tensão criada pela sequência dos acontecimentos. Aliado a isso, a grandiosa interpretação do elenco, recheado por grandes estrelas e que tem Cillian Murphy no papel principal. Eu mesmo sou superfã do trabalho que ele faz encarnando o cruel Tommy Shelby em Peaky Blinders da Netflix. Entre outros destaques do grandioso elenco estão Emily Blunt como Katherine, como a esposa de Oppie; Matt Damon, na pele do General Leslie Groves Jr.; e Robert Downey Jr. (foto acima), que interpreta Lewis Strauss, membro da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos. Ah! O filme é baseado no livro vencedor do Prêmio Pulitzer, “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer”, de Kai Bird e Martin J. Sherwin (1927-2021). Com orçamento na casa dos US$ 100 milhões, Oppenheimer foi filmado em IMAX 65mm e 65mm em grande formato combinados, incluindo, pela primeira vez, seções de cinematografia analógica em preto e branco em IMAX. Um grande problema que a obra deve enfrentar, é que ela divide as luzes da ribalta de sua estreia com Barbie (Warner Bros.). Por isso mesmo, o filme da Universal Pictures vai depender muito do boca a boca para conseguir uma boa performance nas bilheterias, assim como outros filmes de Christopher Nolan (foto acima) já conseguiram. Tenet, Dunkirk, Interstellar, A Origem, e a trilogia O Cavaleiro das Trevas somam mais de US$ 5 bilhões em todo o mundo. Acredito que no quesito Oscar, Oppenheimer possa se dar melhor nessa briga, uma vez que o aclamado diretor já levou para casa 11 estatuetas, além de 36 indicações, incluindo duas de Melhor Filme. Se depender de mim, a indicação já está feita. Até mesmo porque, tem fotografia e trilha sonora fantásticas, mas acima de tudo, faz a gente voltar para casa pensando e muito sobre a vida e nossa participação na história que fica. E você, vai indicar também? Crédito: Universal/Divulgação

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